Autoria: Efraim Fernandes
James Cameron é um mago dos cine mas, e há vinte e cinco anos quando trouxe ao mundo O Exter mi na dor do Futuro, pas sou a tri lhar o cami nho que o con sa gra ria como um dos mais pro lí fi cos dire to res que já pas sou por este pla neta. Ele rotei ri zou Ava tar há um bom tempo, com uma trama básica, mas lite ral mente enga ve tou a idéia, esquecendo-a, afi nal, não havia tec no lo gia para fazer jus ao que ele pro pu nha no conto. E foi assim até que, certo dia, o homem reti rou o calha maço de onde guar dara, lite ral mente tirando a poeira, e viu que ali real mente havia um enorme poten cial para um épico.
Foi pouco mais de uma década de pura e cal cu lada pre pa ra ção, de aca ba mento no roteiro, busca pelo aper fei ço a mento tec no ló gico com a ajuda dos melho res artis tas do ramo para tor nar tudo “real”. Então a Fox arcou com o orça mento de 400 milhões de dóla res, um dos mais caros inves ti men tos nessa indús tria. Foi assim que Cameron rom peu o jejum de doze anos de dire ção. Ele tinha atin gido o seu ápice com Tita nic, nada menos que a maior bilhe te ria da His tó ria do Cinema, e agora, finalmente, tem os recur sos neces sá rios para tor nar o uni verso de ima gens, sons, cores e tex tu ras quase que pal pá veis na tela de pro je ção. O estú dio sim ples mente embarcou no auda ci oso pro jeto. Era o mínino, já que ele se tor nou um dos cine as tas mais ren tá veis da casa.
Mas chega de enro la ção. Senho ras e senho res vamos a Avatar.

Jake Sul li van, nas for mas de humano e Na’vi
Jake Sul li van (inter pre tado pelo ator Sam Worthing ton) é um marine para plé gico que embarca numa via gem espa cial que dura cinco anos para che gar ao pla neta Pan dora, o local mais hos til que um ser humano pode estar. Ele faz parte de um pro grama em que a cons ci ên cia humana é trans fe rida a um ava tar, um corpo que é a mis tura de DNA humano com os nati vos do pla neta, os Na’vi. A fun ção é se inte grar aos habi tan tes locais, conhe cendo a cul tura e ganhar a con fiança deles.
O motivo dessa emprei tada é clara: Uma empresa mine ra dora quer o pre ci oso unobta nium, abun dante nas flo res tas, e com Jake na forma Na’vi as chan ces dessa espé cie ceder aos pla nos dos huma nos fica mais tan gí vel, teo ri ca mente. Mas a verdade é que a região está ame a çada pela devas ta ção, e a impa ci ên cia dos mili ta res cresce cada vez mais.
Enquanto que Sel fridge (Gio vanni Ribisi) — responsável pela empresa mine ra dora — e o Coro nel Qua ritch (Stephen Lang) estão exci ta dís si mos na busca por sub ju ga ção, entra em cena a Drª. Grace (Sigour ney Wea ver), uma cien tista com fun ção diplo mática como con tra peso à igno rân cia capi ta lista e mili tar. Ela ‘cate quiza’, na forma de um Na’vi, os huma nói des, pro vi den ci ando cui da dos médi cos, ensi nando a lin gua gem humana, etc. Mas o cho que entre cul tu ras é ine vi tá vel, e o ‘Povo do Céu’ — os huma nos – se per pe tua como os ali ens, os inva so res, os vilões.
A trama lem bra o con ceito de his tó rias como O Último Samu rai ou O Último dos Moi ca nos pela ques tão do cho que de cul tura. Faça mos um para lelo entre Jake Sul livan e o capi tão Algren — Tom Cruise na obra de Edward Zwick. Enquanto que Algren foi cap tu rado, Jake se deixa inse rir na comu ni dade a ser estu dada. Mas o que realmente têm em comum é que ficam imer sos na alte ri dade da cul tura, assimilado-a, apren dem a amá-la e no final um embate de gran des pro por ções, dando a vida para protegê-la das for ças mili ta res que enviou-lhe até lá.

Ney tiri, per so na gem de Zoe Saldana
Per fei ta mente lógico tam bém fazer uma com pa ra ção entre os Na’vi e a tribo dos Moica nos – do céle bre filme onde Daniel Day Lewis inter pre tou Haw keye. É de uma beleza infin dá vel os deta lhes, a lin gua gem (que real mente foi cri ada), as cores, as flores tas e seres lumi nes cen tes, por serem extre ma mente atre la dos à ideia da dei dade que os une, uma ener gia que dá vida a tudo — Eywa. Outro ponto a des ta car é o espí rito bravo e indo má vel dos nati vos, que está extre ma mente refle tido em Ney tiri, per so nagem de Zoe Sal dana, o inte resse amo roso de Jake. É atra vés dela que o herói é aceito pelos Na’vi, já que o sal vara por ter um cora ção puro, embora tei moso e barulhento como uma criança.
A cap tura de movi men tos está fan tás tica, bem como a com pu ta ção grá fica res ponsá vel pela ambi en ta ção, a ponto de não dis tin guir o que é real ou não, além de vários pla nos de câmera mais aber tos trans pa re cendo a gran deza do cená rio de cacho ei ras, rochas, hori zonte, o céu enso la rado, as flo res tas, e em dados ins tan tes, a câmera lenta em momen tos mais ten sos de bata lha e efer ves cên cia emo ci o nal. Tudo foi basi ca mente cri ado do zero. É impres si o nante e difí cil ima gi nar o enge nho focado em tama nho pro jeto, mas no final é pos sí vel ver o resul tado em Avatar.
É impres si o nante a riqueza de cada deta lhe é poten ci a li zada em clo ses, com expres sões faci ais sutis, linhas do rosto, a refle xão e absor ção de luz na pele, o escor rer de lágri mas, a silhu eta de cor pos dese nha das no neón, etc.
Exis tem pelí cu las de fic ção cien tí fica que cer ta mente mar cam a his tó ria da cine mato gra fia mun dial: Tri lo gia de Star Wars, De Volta Para O Futuro, Indi ana Jones, Blade Run ner, O Exter mi na dor do Futuro 1 e 2, Ali ens – O Res gate, Matrix, entre outros. Se Ava tar vai ou não se incluir no mesmo pan teão, isso cabe a você especta dor deci dir apon tando o dife ren cial. A tec no lo gia sabi a mente empre gada em cada cena vai gerar essa discussão.
Mas mesmo com per so na gens bem desen vol vi dos e sem firu las no fácil desen ro lar dos 162 minu tos de acon te ci men tos, fique avi sado que não há revi ra vol tas ou momen tos real mente ines pe ra dos. A his tó ria nos con duz a cami nhos já conhe ci dos, como águas vin das da nas cente que desem bo cam na foz. Você já conhece o destino. Mas é inte res sante saber como essa jor nada se dá, e a tec no lo gia se ajusta per fei ta mente a isso como uma cober tura espe cial assen tando uma cereja no topo do bolo, que dá todo o sabor especial.
Defi ni ti va mente 2009 foi o ano da ficção-científca, e Ava tar é parada obri ga tó ria para quem curte uma boa his tó ria, e você vai se sen tir imerso num novo e bravo mundo, o qual James Came ron conceituou!
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